E agora?
Paula Custódio Reis
E agora? O nível de indignação, de perdas, de vítimas já é suficiente?
Tendo ardido Portugal de Norte a Sul, de Oriente a Ocidente já temos matéria para nos debruçarmos seriamente sobre um assunto difícil como o é a organização e a intervenção no território?
Vai haver coragem para reorganizar os serviços, a protecção, a segurança segundo as mesmas fronteiras?
Vão as entidades supramunicipais e regionais ter intervenção e competências que as validem?
É que a solução de nos mudarmos todos para o litoral caiu por terra também, ou melhor, sucumbiu ao fogo.
Agora, só se formos todos fazer vida suburbana para as grandes cidades.
Não quero continuar a viver num País que depende da intervenção da chuva, para solucionar os grandes erros dos Homens.
Não quero criar esperança para depois rapidamente a perder, por inoperâncias várias.
Já houve contrições, demissões, eleições, voluntarismos de toda a espécie. Responsabilidades, no fundo, o tempo foi-as apagando, ao ponto de os próprios responsáveis virem agora pedir contas também.
Eu só quero que me digam, agora, em que é que posso ajudar e de que forma vão ajudar.
Gostava de ouvir orientações claras sobre o que vamos fazer e como é que o meu País vai mudar...
Gostava de perceber lucidez que, no meio deste caos, o que, para mim, seria a única forma de recuperar a serenidade...