«E o que é que nós temos para oferecer?»
Paula Custódio Reis
Esta é uma pergunta comum, que nos colocamos quando iniciamos um projecto, pricipalmente na área turística.
Tendemos a minimizar o que nos é familiar e disponível. Não conseguimos ter a perspectiva da valorização territorial.
E, um dia, damos por nós a encontrar evidências: o que de melhor temos para oferecer, é o que temos de mais nosso. O que é inquestionavelmente genuíno e diferenciador, quer se trate de Património Construído (incluindo a natureza no seu papel de construtora), quer do Património Imaterial que o habita, que lhe dá uso e sentido.
O que temos de melhor vai semear saudades, boas memórias. Vai ser responsável pela vontade de voltar.
O turista do século XXI está cansado do standardizado, vem à procura de novidade, de diferença, de aprendizagem.
E nós temos muito disso para oferecer e mostrar. E temos a vantagem da grande diversidade que encontramos neste pequeno País. «Daqui se avistam terras de Espanha e areias de Portugal».
Gosto muito da idéia de que o Turismo é a Indústria do Tempo de Paz. E acredito que esta será sempre, uma fonte de subsistência para nós. Saibamos nós aproveitá-la.
Neste campo, a intervenção no território tem que ser a suficiente para que este se torne acessível e conhecido, respeitando-o na sua matriz. De resto, a Indústria de Paz basear-se-á também no conceito de liberdade do seu usufrutuário. No conceito de liberdade de escolha e de tempo disponível, adaptando a sua estadia a estes dois itens. A limitação apenas deverá ocorrer com base no gosto pessoal.
Porque gosto muito do cantinho da Beira Baixa onde cresci, junto alguns postais, de uma área de uma freguesia rural. Imaginem a diversidade que é possível acrescentar-lhe ou, em alternativa, imaginem, somente, o que há por aqui para oferecer.