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Noites de Verão

Noites de Verão

17
Mar20

Os Filhos da Madrugada


Paula Custódio Reis

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A geração nascida depois do Vinte e Cinco de Abril (Sempre!) foi a primeira a ter garantia de liberdade desde que nasceu.

Tivemos acesso ao ensino, ao mercado de trabalho e ao lazer como nenhuma outra antes, de forma tão abrangente. Aos vinte anos eramos workaholic, aos trinta tivemos filhos (os que escolheram fazê-lo) e aos quarenta estamos a perceber uma série de escolhas que fizemos erradas.

E, de repente, a vida travou a fundo. Queremos mandar nos pais e nos filhos, de forma a eles ficarem resguardados e percebemos que não somos nem uns, nem outros. Acredito, de qualquer forma que podemos ser uma boa mistura das duas gerações: a calma e paciência dos que nos trouxeram ao Mundo e o acesso e a forma de estar ligados dos nossos filhos.

E o que dizer da capacidade de improvisação do povo português, que reconheço na geração de meia idade deste país como o seu expoente máximo?

Mas verdade, verdadinha, é que o esmorecer da veia revolucionária nos tornou preguiçosos, do ponto de vista da intervenção social, e da opinião expressa, de forma construtiva, para melhorar o meio onde vivemos. Passamos a estar mais atentos a pormenores e menos a questões de fundo. Preocupa-nos mais a economia que o meio ambiente ou a saúde do nosso vizinho.

Acham que o adolescente que fomos se revia no adulto em que nos tornámos?

A pureza dos nossos olhos de meninos enevoou-se à vista dos dias que queremos que corram sempre o mais igual possível, e sem sobressaltos que atrapalhem qualquer um dos compromissos da vida adulta que temos.

Os ouvidos fecharam-se a qualquer ensinamento que provenha de uma geração que não seja aproximada da nossa.

As evidências nada são quando comparadas com as mensagens que nos chegam através de meios de comunicação.

Qualquer ameaça ao nosso estilo de vida controlado é um motivo de histeria…

A situação atual, ao normal do cidadão só pede duas coisas: calma e obediência.

Calma suficiente para não tornarmos a vida dentro da nossa casa um inferno e obediência a quem sabe mais do que nós.

Quanto ao resto? Aproveitemos para por em dia tudo o que nos queixamos de não poder fazer por falta de tempo.

Isto também passa.

Vai correr tudo bem.

 

12
Mar20

O Medo de ser Mãe


Paula Custódio Reis

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Quando era miúda pequena e me zangava com a minha mãe ameaçava: «qualquer dia fujo para a Serra!». As respostas eram «Experimenta!» ou então um desinteressado «Foge…».
A ameaça da primeira dava-me medo da minha mãe, a segunda, medo da Serra.
Perante um estado de Pandemia, obviamente, tendemos a ficar receosos e alerta. Mas daí até espalhar boatos de infetados e internamentos de gente próxima… Mandaria o bom senso que contivéssemos esta vontade de ser o centro de atenções, detentores das novidades em primeiríssima mão.
Nos nossos dias é muito mais importante o eu do que o coletivo, ignorando completamente a necessidade que cada um de nós tem do coletivo para poder sobreviver. A corrida a bens de primeira necessidade, de material de proteção como luvas e máscaras e o «achismo» de que tendemos todos a encher-nos só atrapalha as condições de trabalho daqueles que efetivamente podem e devem fazer algo, que são os profissionais de saúde.
Um profissional de saúde infetado não deixa de ser um foco de contaminação. Por isso, se calhar, era melhor fazer contrição dos nossos atos e entregar nos serviços de saúde o material que adquirimos em excesso.
Quanto ao isolamento de que todos nós nos arvoramos como detentores legítimos e imediatos, pensem primeiro na falta que o vosso desempenho profissional faz, para que este sistema a que chamamos sociedade, continue a funcionar. Se eu não for trabalhar, por exemplo, haverá pessoas que não poderão requerer os seus direitos sociais, perderão os seus rendimentos e não conseguirão fazer face às despesas básicas de todos os dias…

Se tenho medo? Claro. Quem é o Pai que o não tem?
Porque é que disfarço? Porque na sua infinita sabedoria de mãe, a minha me ensinou que se tivesse mostrado medo às minhas ameaças, provavelmente eu me teria metido a caminho de uma qualquer aventura, com desfecho imprevisível, como são todas as aventuras infantis.
O papel principal dos educadores é dar o exemplo e, isso sim, também deve estar nos nossos pensamentos nos dias que correm.

26
Fev20

Tento na Língua


Paula Custódio Reis

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Ontem falava com um amigo acerca da importância de saber escolher as palavras quando se fala, por exemplo, em nome de uma classe profissional. É que tudo o que dizemos cria uma imagem mental em quem nos ouve.
Chegamos até a arquivar frases-momento para catalogar aqueles que conhecemos.
Por exemplo: a frustração da infância quando uma professora dizia "isso não parece teu"; a alegria emotiva do abraço de amizade acompanhado de um "as saudades que eu tinha"; a raiva incontida de alguém que te diz "você não devia ter direito a voto", "assim ficas com mais tempo para os teus filhos", "achava que eras uma rapariga inteligente".
As três últimas frases, ditas com tom de brincadeira, são até prova da estima que permite a pessoas que se respeitam brincar umas com as outras.
Ouvidas em tom de raiva criam os tais momentos-frase. Tatuam-se na memória.
Será que o outro não nos merece o respeito suficiente para que tenhamos o que os antigos chamam de "tento na língua"?

06
Set18

Independência ou Morte- O Grito do Ipiranga


Paula Custódio Reis

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Porque amanhã faço anos.

Porque amanhã se comemora o Dia da Libertação do Brasil.

Porque já não aguento mais as notícias do meu País... e, já agora, as do Brasil...

 

Fui revisitar um clássico. Um discurso do António Arnaut. Porque os discursos, e as pessoas, também são clássicos. Alguns, são verdadeiras Instituições.

E senti-me recentrada. Reorientada.

As palavras deste senhor soam como decretos, para mim. Não pelo dever, mas pela admiração que lhe tenho.

«Continuarei com a rebeldia criadora, que pode conduzir ao que alimenta o sonho de uma Sociedade Democrática e Socialista»

Devemos voltar aos «Valores Matriciais do Partido Socialista: a Liberdade, a Igualdade e a Solidariedade.»

«Vamos pela Esquerda, que é o lado do nosso Coração»

Viva a Indepência Democrática, Viva a Liberdade.

 

https://www.youtube.com/watch?v=piB1d1poXW8

 

06
Ago18

Pensar um País a Régua e Esquadro (e Nível).


Paula Custódio Reis

«Precisamos de um novo Marquês de Pombal que fizesse ao País o que foi feito em Lisboa»

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Depois de uma grande desgraça, temos a oportunidade de, aquando da reconstrução, fazer melhor.

Sebastião de Mello teve esta visão. E conseguiu reconstruir uma Cidade, Capital de um País e de um Império, que é motivo de espanto e orgulho até aos dias de hoje.

Não o fez sozinho. Na base da estátua, que encima a Rotunda de onde saem as artérias principais do coração de Lisboa, constam também os que o aconselharam, acompanharam e orientaram.

Consta até um médico, cristão novo, exilado, natural da Raia Penamacorense. «Dos sítios Mais Sadios para fundar uma Cidade», foi, seguramente, um dos livros base para a reconstrução de Lisboa. Ribeiro Sanches, o autor, sabia bem a diferença da orientação das janelas, ou dos fundamentos básicos da salubridade urbana.

Há quase trezentos anos, com muito menos meios e menos tecnologia, com muito mais força humana e planeamento sábio, reergueu-se uma cidade.

Uma cidade harmoniosa, funcional e pensada para o futuro. Uma cidade que nos orgulha hoje, porque mostra o quanto somos capazes de ser bons a planear, a construir, a projetar.

A questão que fica, é a que subjaz ao nosso eterno Sebastianismo.

Até quando esta espera desoladora, por um herói individual, que nos venho salvar do nosso triste fado.

Quando é que perceberemos que todos os nossos heróis nacionais, só o foram porque tiveram um herói coletivo de base. Um coletivo que não se conformou com uma situação qualquer que se arrastava, que tomou a braços a mudança, porque o que existia já não servia.

Não é o herói individual que falta, é o colectivo que não se apercebe do seu papel.

Do papel de exigir e fazer. De cumprir e fazer cumprir, nos múltiplos papéis que desempenha. E que tenha a sabedoria de continuar a segredar ao ouvido de quem o representa, o que os romanos segredavam aos seu laureados «Tu és só um homem».

Porque a noção da humildade, daqueles cujos papéis é servir o colectivo, é o garante da sua constante evolução, enquanto líderes e enquanto seres humanos.

«Um forte Rei, faz forte a sua fraca gente». Este foi o segredo de Viriato, de Afonso Henriques, do Mestre de Avis, do Infante D. Henrique, de D. Pedro V, de Salgueiro Maia. E acredito que eles, mais do que saberem, sentiam que era assim. Que tinha que ser assim. Que o seu sucesso só o seria, se tivesse por base a vontade pura, daqueles que os acompanhavam.

 

 

27
Jul18

Somos Física e Química


Paula Custódio Reis

«Somos de carne e osso. Mas, na realidade, tudo o que nos rodeia, e nós mesmos, somos matéria e energia, que interagem no espaço e no tempo. Ou seja, somos física e química.»

 

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Hoje é dia de Eclipse Lunar. Ou seja, um planeta e o seu satélite natural, vão cruzar-se, nas suas rotas, e dar-nos uma visão de si próprios muito diferente do que é habitual: a lua vai ter uma sombra fugaz e vai mudar de cor, aos nossos olhos.

E porque é um fenómeno diferente, muitos de nós, vão ter a curiosidade de, pelos menos, lançar um olhar. Outros vão dissecar o fenómeno. Outros, ainda, por falta de interesse, ou de oportunidade, não terão contacto visual com o fenómeno.

Dizem os cientistas que, até vamos ter oportunidade de ver uns pontos brilhantes, que sabemos ser as crateras da Lua.

Ou seja, para uma hora de acontecimento, neste pequeno retângulo que é o nosso País, vamos ter dez milhões de reações diferentes. Diferentes porque, apesar de o fenómeno ser o mesmo, e já só tendo em conta os que virem, cada reação, cada visão vai ser diferente.

Porquê? Porque cada um de nós é uma combinação infinita de matéria e de formas como essa matéria reage a si mesma e à matéria externa.

Nascemos diferentes. Crescemos de forma diferente. Tornamo-nos únicos. E o que cada um de nós tem de melhor é reconhecer essa diferença, fazendo com que ela seja um fator de soma para o Mundo em que vivemos.

O Mundo ganha com a soma das partes. E o papel das partes é ter consciência de que são uma parte do todo, tal como qualquer um dos seus pares. Com diferentes cargas acumuladas de matéria e experiências físicas, é certo, mas apenas uma parte.

E por mais que o entusiamo, o amor pelo outro, ou a vontade de partilhar tomem conta de nós, o que acumulamos de verdadeiramente importante ao longo da vida, é nosso e não pode ser doado. O que podemos doar são os exemplos, a localização das nossas fontes de experiência. Para tudo o resto, o outro tem que ter vontade, capacidade e entendimento.

Por isso não adianta o nosso entusiasmo benfazejo de só querer passar ao outro. Esse processo, na maior parte das vezes, não resulta. A passagem de conhecimento, para mim, só é validada quando o outro reconhece esse conhecimento como válido. Quando o outro, de forma física, reage com reconhecimento. Ver para crer. Sentir para não esquecer. Física e Química.

12
Jun18

Da Ecologia


Paula Custódio Reis

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Em casa da minha avó, tudo era reutilizado. Tudo tinha mais do que um uso. «Quem guarda, acha», era o mote.

Os sacos de plástico, em que transportava as compras do comércio, eram utilizados vezes sem fim. Quantas vezes me lembro de, ao ver um estendal cheio de sacos acabados de lavar, pensar que a minha avó era pouco moderna.

Os frascos de café, haviam de servir para guardar doce de tomate. Os copos de iogurte, serviam de incubadora de plantas. Nas latas com tampa, no fim do verão, guardava as sementes para a época seguinte. Os papéis infinitos das nossas vidas, eram postos em cima da mesa, com o recado para o meu avô saber onde ela tinha ido. Prato esbocelado, servia de base a vasos de flores. Da roupa velha da casa, faziam-se mantas de trapos.

Os eletrodomésticos duravam uma vida. Os móveis passavam de geração. As casas eram para sempre.

Da mesma forma que as plantas davam o sustento e a semente, cada objeto era analisado para uso futuro.

A preguiça, que a abundância nos trouxe, tornou-nos gastadores desleixados. Conhecemos melhor o Mundo e seus limites, mas respeitamo-lo muito menos.

A abundância torna-nos preguiçosos.

Até quando?

30
Mai18

Da participação


Paula Custódio Reis

congresso ps.jpg

 

Participar, dar contributos, opinar, é uma forma de estar na vida. Com moderação e com intenção justa.

As vivências dão-nos perspectivas que não são melhores, nem piores, que as dos outros.

Gosto de achar que estou assim, em todas as facetas da minha vida. Entendo que um processo é tanto mais rico, quanto mais aberto for à participação.

Batalha, 27 de Maio de 2018

https://www.facebook.com/events/168107933857055/permalink/169222753745573/

27
Abr18

Lá na minha terra, há bons cantadores.


Paula Custódio Reis

https://www.youtube.com/watch?v=eV_ncgCBhPA

arlindo-de-carvalho-compositor.jpg

 

 

«Muito boa noite senhoras, senhores, lá na minha terra há bons cantadores...»

 

O meu pai gostava muito de cantar. E falava no nome do seu professor, Arlindo de Carvalho, com orgulho e saudade.

Sem querer, aprendi letras de muitas músicas, cantadas em festas, nas esplanadas de cafés, em qualquer sítio onde se juntassem dois ou três amigos. Nesses tempos, para além da brincadeira, os pequenos entretinham-se a ouvir os adultos. Até porque íamos com eles para todo lado. Foi assim que soube que, mesmo no meio de um cenário de guerra, em Angola, o meu pai, deitado na cama, chamava muitas vezes a saudade dos outros, com as cantigas do seu cantinho. 

Aconteceu-me tantas vezes trautear as mesmas canções...

Havia até um verso de que lembrava muitas vezes: «Adeus lindo Louriçal/ duas coisas te dão graça/é o relógio da torre/ e a austrália da Praça».

Esta austrália era uma árvore de grande porte, cujo corte deixou muita gente triste, lá pela aldeia. Afinal, a praça, era ponto de passagem, de encontro e de festejo e uma árvore grande, é sempre um cenário agradável e uma sombra fresca.

Em 2007, tive o orgulho de repôr uma austrália, no mesmo sítio. Mandei fazer uma placa singela, com o verso que lhe dizia respeito, e pendurá-lo para que todos pudessemos partilhar essa memória.

Passados uns meses, vi alguém encaminhar o professor Arlindo de Carvalho para a Praça, e assisti orgulhosa, ao sorriso que lhe assomou ao rosto.

Hoje assisti a um concerto/homenagem ao professor que faria 88 anos. E venho de coração cheio.

Porque a alma da beira, das suas gentes, das suas paisagens, transbordam das músicas que ouvi.

E por isso são músicas de todos. São parte de nós. Das nossas memórias, do nosso presente e do futuro de todos.

Percebo o orgulho que o impelia a compor. Sinto-me grata por todos aqueles que ele conseguiu tocar, em vida. Sei que muitos perpetuarão o seu legado.

Pela minha parte, tenciono continuar a cantar as suas canções. Sem mágoa, só com o peito cheio de orgulho. Porque esse foi o legado mais importante que ele passou. E porque sei que quem parte, deixa uma parte da sua existência na memória dos que ficam, sei que a partida é só aparente.

Bem haja Arlindo de Carvalho. 

 

 

02
Abr18

Das tradições (e das pessoas) que sobram


Paula Custódio Reis

     senhora das neves.png

 

Hoje, um dia após o Domingo de Páscoa, começam as romarias. Aqui perto, os romeiros prestam a sua homenagem e dirigem as suas orações e pedidos à Sra. do Incenso, à Sra. das Neves, à Santa Catarina, à Sra. da Serra.

Terminado o luto da quaresma, o coração, os olhos e os passos, noteiam-se para dar graças às Padroeiras e às guardiãs dos Montes, Ermidas e Templos.

Para mim, isto siginifica dar graças à Natureza, que nos traz a Primavera portadora de melhor tempo e melhor alimento.

Estes cultos são tempos de dar graças, com alegria redobrada e a sensação de liberdade, que o bom tempo proporciona.

Prestei particular atenção estes dias, a uma reportagem sobre as tradições da Quaresma, no Interior, em Portugal.

No Paúl, vila serrana castigada pelo desemprego, um jovem estudante falava do gosto que tem em ajudar a cumprir as tradições locais, e da sua vontade de encontrar trabalho perto, para poder continuar a usufruir das vivências destes sítios.

Numa aldeia do Concelho de Vinhais, uma rosada e bem disposta aldeã, falava da importância de perpetuar tradições: «se a gente não continuar o que os antigos faziam, os novos depois já não há-dem saber o que os antigos sabiam».

Eu, que sou uma curiosa assumida pelos saberes dos antigos, fiquei encantada.

E dei por mim a recordar uma conversa, de há uns cinco anos atrás.

Falava com alguém que, já reformado, se sentia de bem com a vida, por ter voltado à cidade natal e estar a dar o seu contributo social, através da gestão de uma entidade dedicada à solidariedade.

A sua vida tinha-se desdobrado em deslocações e estadas na Capital, porque a profissão assim o obrigava, com a família a manter residência em Castelo Branco.

Tentava mostrar-me que as deslocações eram fáceis, e que este não era um modo de vida a pôr de lado.

Tentei explicar que esse modo de vida, não é o que eu, e muitos da minha geração escolhemos, quando viémos fixar as nossas vidas, no Interior de Portugal.

Nós queremos, efetivamente, que a nossa vida se desenrole aqui. Queremos tempo de qualidade. Queremos ver crescer os filhos. Queremos cumprir as tradições. Queremos criar novos usos. Queremos ter a profissão com que sonhámos, mas queremos tê-la aqui. Queremos uma residência em permanência, e não só em poucas horas de lazer.

Logo, é preciso trabalhar para que esta realidade se concretize. As novas tecnologias, a descentralização e desconcentração do Estado, serão, concerteza, um forte aliado neste processo de concretização. E este tem que ser o azimute da invervenção de quem decide sobre os nossos destinos.

O que sobra do litoral, não nos serve. As especificidades dos novos usos, não chegam. O que nos falta é gente. Gente a tempo inteiro e de pleno direito.

Não queremos continuar a ser os que sobraram. Queremos assumir de pleno direito que somos os que cá estão. E são os que cá estão que têm que ter o direito de estar em pleno.

Façam o favor de não continuar a decidir por nós, mas a decidir connosco. Porque ninguém conhece melhor o território do que aqueles que o habitam.

(Maria Faia foi uma canção recolhida na aldeia de Malpica do Tejo e popularizada por Zeca Afonso)

 

 

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